quinta-feira, 9 de maio de 2013

Gravidez: Um paralelo entre desejo e saúde












Uma mudança na legislação envolvendo o quesito aborto, no Estado do Ceará, retomou a tão debatida e controvérsia discussão em relação a interrupção da gravidez ( aborto). Os 27 Conselhos regionais de Medicina existentes no país ( CRMs), deliberaram, em votação majoritária, a posição à favor da interrupção da gravidez até a 12 semana ( décima segunda). O CFM ( Conselho Federal de Medicina), se fundamentou na liberdade de escolha da mulher, citando que as implicações por aborto clandestino no Brasil, são  a quinta causa de morte materna e, com um companhamento médico no processo de interrupção do feto, seria uma forma de decrescer esta estatística.
  Os fatores para que a grávida possa realizar este procedimento, são: quando por vontade própria- o que é a novidade neste caso, sendo até o momento restrita a apenas alguns países europeus, como Rússia e Holanda, por exemplo- e nos casos de estupro, anencefalia ( feto sem cérebro)  e risco de morte. Enfim, a defesa da autonomia da mãe, se destaca como novidade neste assunto ( apenas, até o momento, no Estado do Ceará).
  Com a nova legislação, as mulheres passariam a procurar os médicos de maneira lícita, evitando os abortos clandestinos ( que podem causar e causam, a morte de muitas destas, seja por infecções, lesões ou, perfurações uterinas). Mas, existe o outro lado da moeda.
  O presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Fontes, afirma que o Governo Federal, pelo SUS ( Sistema Único de Saúde), não teria condições de arcar, com tantas despesas, já que, com a liberalização, o número de procedimentos quadruplicaria sem dúvida alguma, tornando as verbas destinadas para este Orgão de Saúde, praticamente insustentáveis.
 Além do fato, que, este procedimento afeta os princípios da Igreja Católica, citando que o aborto é o maior ato de desamor que um ser humano pode cometer. Porém, nos últimos tempos, esta Instituição de Deus, vem perdendo adeptos pelo mundo todo, por escândalos e regras que não se encaixam com a sociedade contemporânea, sendo portanto, obrigada a rever estas leis, para recuperar os adeptos que obtinha, nos primeiros séculos de sua criação.
  Em suma, uma legislação que colaborará e muito, no decréscimo de abortos clandestinos, pois a mãe, contará com um acompanhamento médico, e consequentemente, no número de mortes maternas no  país, que como já foi dito, é a quinta causa de óbito nesta nação.  E para que, o número de grávidas não duplique e não ocorrá um "aproveitamento" desta lei, o poder público deverá investir em programas educativos, para evitar a gravidez indesejada, em parceria com convênios de saúde, hospitais e, com os Governos Federal e Municipal ( assim o número de gravidez indesejada, caíra, de forma abrupta e constante). A autonomia, quando dentro da lei, se torna um caminho para um mundo melhor.



 Pór: Everton Severino. Como foi visto, sou à favor desta legislação, não restrita apenas a um Estado, como o Ceará, neste caso, mas ao Brasil como um todo. A autonomia, é uma dádiva que possuímos, e quando utilizada dentro da lei, e para priorizar a nossa saúde, que no caso, é o bem mais precioso existente, tem que ser usada e deliberada em todos os aspectos.